domingo, 7 de novembro de 2010

Medidas simples que evitam o Corrimento Vaginal.

Os corrimentos vaginais são apontados como um dos problemas mais frequentes entre as mulheres. Fatores múltiplos predispõem essa alteração, principalmente o uso de roupas apertadas e tecidos sintéticos.
A recomendação unânime é usar roupas que não comprimam a região genital. As calças não precisam ser abolidas, mas os tecidos devem ser leves, mais apropriados para a temperatura de cada região.

Na calcinha, uma secreção atípica. A mulher sente coceira intensa, que pode ser acompanhada de irritação na área genital e
dor durante o sexo. Os sintomas são de um problema que lidera as queixas nos consultórios ginecológicos: os corrimentos vaginais. De acordo com o ginecologista Edson Lucena, a candidíase
, também conhecida como monilha, é um dos problemas mais comuns que poderia, na maior parte dos casos, ser evitado com a adoção de medidas simples.

Há outras causas que podem predispor a mulher ao problema, como gestação, ingestão exagerada de condimentos, diabetes e até uso de
pílulas anticoncepcionais, que alteram os níveis de acidez da vagina. Mas são as roupas justas, de tecidos sintéticos, apontadas como principais vilãs. A chefe do Departamento de Saúde Materna Infantil da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Sílvia Bonfim, explica que a vagina é úmida e tem uma flora bacteriana ácida para proteger o órgão da contaminação por micróbios da pele ou na relação sexual
.

Calças jeans ou roupas muito apertadas de tecidos como lycra impedem a ventilação dessa área, levando à fermentação do muco natural, situação que favorece a instalação de fungos e bactérias. Daí surgem os corrimentos. ''Estamos em um clima quente e não podemos utilizar o mesmo vestuário de climas mais frios. A mulher pode seguir a moda, fazendo adaptações'', defende ela.

Além da umidade e da secreção natural, a vagina pode apresentar esperma depositado. Segundo a médica, cerca de dois terços do sêmen ejaculado pode ficar coagulado na mulher por até mais de 24 horas depois da relação sexual. Um mecanismo da natureza para facilitar a
gravidez
.

O ginecologista Sérgio dos Passos Ramos acrescenta que a região genital é semelhante a das axilas. Com um agravante: ''Além do líquido do suor, também tem urina, que, por melhor que seja a higiene, sempre fica um pouco. Há uma secreção normal e também restos de fezes do ânus. Quando se usa roupas inadequadas, faz uma mistura de culturas, que faz mal para a saúde''.

Por mais atraente que possa parecer uma lingerie de lycra, a melhor opção para a saúde e bem-estar feminino são as calcinhas de algodão. Elas devem ser lavadas sempre com sabão de coco ou neutro. O uso de amaciantes e água sanitária é contraindicado. ''Esses produtos ficam na fibra do tecido e podem levar ao desenvolvimento de vaginites químicas'', alerta o ginecologista Frederico Perboyre.

O presidente da Sociedade Cearense de Ginecologia e Obstetrícia, Fernando Aguiar, alerta que corrimentos aparentemente simples podem se agravar, levando a inflamações no útero, trompas e ovários. Em alguns casos pode comprometer a fertilidade e até levar a intervenções cirúrgicas. ''A principal orientação é, ao sentir corrimento diferente do normal, procurar imediatamente um médico e jamais fazer a automedicação'', orienta. (Débora Dias)


Entrevista retirada do Jornal O Povo

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